Um pouco sobre luto. Constelações Familiares E Sistêmicas
Existem várias abordagens sobre o luto, aqui trazemos algumas observações das constelações familiares.
Após uma perda, qualquer que ela seja, existe um período da alma, se há dor, ela precisa ser vista e o luto vivido pelo tempo certo se quisermos a fluir em paz. Mesmo na ausência de dor, o tempo de recolhimento pode ser harmônico.
“Existe um luto que é arrogante. O luto longo, por exemplo, é arrogante. É um querer segurar. O luto total, por outro lado, dói muito, mas libera e possibilita coisas novas. Esse luto é humilde.” Bert Hellinger em A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho
Luto pelos mortos, não importa o motivo, pois o luto vivido em sua inteireza gera reconciliação.
“E existe um luto que une. Ele então se torna leve. É como uma submissão ao destino.” Bert Hellinger em Desatando os Laços do Destino
“Portanto, o luto é a condição prévia para que algo possa ficar no passado, é também a condição prévia para a reconciliação — o luto conjunto.” Bert Hellinger em Ordens da Ajuda
“O luto alcança seu objetivo quando nos entregamos à dor e, através dela, respeitamos e honramos os mortos. Quando o luto é observado e os mortos são honrados, eles se retiram. Então, a vida terminou para eles e podem estar mortos.” Bert Hellinger em A Fonte Não Precisa Perguntar Pelo Caminho
O luto após o período de perda de algo, não importa o motivo, mesmo em uma amizade, em um relacionamento.
“O luto, por exemplo, pode ser primário ou secundário. O luto primário nada mais é que a dor lancinante da separação. Se nos submetemos à dor, permitindo que ela execute seu trabalho, o luto finalmente encontra sua própria saciedade e nós ficamos livres para começar de novo. Muitas vezes, entretanto, as pessoas recusam submissão ao luto, transformando-o, ao contrário, em sentimento secundário, autopiedade ou tentativa de atrair a piedade alheia. Esse luto secundário pode durar a vida inteira, inviabilizando uma separação limpa e tema, e negando a evidência da perda. Trata-se de um mau substituto para o luto primário.” Bert Hellinger em A Simetria Oculta Do Amor
Se há dor, ela precisa ser vista, o luto vivenciado, se eu nego a dor e não vivo o luto (seja ele qual for), eu não me libero para o novo e para a vida em sua amplitude. Se há dor há amor também. Se há raiva, entre outras coisas, é que ainda não olhei a dor na profundidade dela e também não vivenciei o luto. Se vivencio o luto, posso deixar cada coisa e cada um com sua parte. E compreendendo a grandeza da vida, levo só o que é meu, cada um pode seguir seu próprio caminho, mesmo que sejam caminhos diferentes, com suas escolhas, consequências e destinos, há paz.
Dimas Oliveira
Referências:
https://www.escoladaharmonia.com.br/referencias/
Observação: considerando que em Constelação Familiar não existem movimentos fixos, mesmo assim, de maneira geral, explicações podem ser elucidativas.
Gratidão